quinta-feira, 4 de junho de 2009

ESPELHO - OS OLHOS DA ALMA


Uma noite dessas tomei um bom banho, abasteci minha pele com óleo bom, lavei os cabelos, passei todos os produtos que garantem um modelito “maravilhoso”, enfim, fiz tudo que uma mulher faz para ficar bonita. Bonita para ela, seja bem dito. Fim da arrumação “fiquei linda”. Desci no elevador confirmando a formosura, naquele que não mente – o espelho –. Aprovada. Atravessei a rua. Do lado de lá, estavam os rapazes-moto-taxi do pedaço. Naquela noite, estavam sentados em suas cadeiras observando o movimento da rua. Havia somente uns quatro, a metade deles. Ainda bem! Dei tiauzinho, como sempre faço e já fui colocando a mão dentro da bolsa, antecipando a busca de moedas, olhando para o andarilho que a mim se dirigia. Andava um pouco cambaleando, descabelado e sujo, mas nada que assustasse. Enquanto eu procurava as moedas ele disse em alto e bom tom, pra mim:
- Posso falar?
- Como? – respondi sem entender.
- To perguntado se posso falar uma coisa.
- Claro, fale.
- É o seu cabelo. O seu cabelo é HORRÍVEL! – Disse, riu, mas não parou:
- É o cabelo mais feio que eu já vi na vida. Desculpe dona hehehe!
Eu assustei com tamanha sinceridade. Rezava em vão, para que passasse um ônibus bem barulhento naquele momento e os motoqueiros não ouvissem. Mas, foi a conta de pensar e ouvir perfeitamente as altas risadas vindas do outro lado da rua. E o bêbado, vendo que estava fazendo sucesso, continuou:
- Não é possível! Você tem esse cabelo porque quer?
- É porque quero mesmo. - Respondi um pouco séria.
- Não acredito. Você não pode achar bonito esse cabelo, acha? Fala sério.
- Não sei se é bonito, é o cabelo que quero ter. - Respondi já sorrindo, pra não chorar, é claro!
- Você olha no espelho e gosta?
- Gosto!
- Seu espelho é um mentiroso, ele te engana, não dá pra gostar desse cabelo, não dá dona!
- Pra você é feio, tem gente que gosta! – Respondi já rindo.
- Não, não, não, não, não. Todo mundo mente pra você! Eu to falando a verdade, é horrível, pode acreditar!
Eu estava paralisada, desistira de procurar moedas, agora o que eu queria encontrar no fundo da bolsa, era um 38. Carregado. "Violência não, Tina." - Pensei.
E ele não parou:
- Moça, um conselho: arruma esse cabelo, põe uma cor normal. Assim não dá. Moça promete que vai mudar isso.
Eu caí na risada e prometi.
A rua Lafaiette naquele momento “era uma risada só”.
Em tempo: Não dei um tostão pra ele.
E olha que eu nem estava usando essa peruca...

5 comentários:

  1. Tina, toda vez que você conta essa história eu morro de rir. Na verdade, não sei quem é mais louco, será ele ou nós?
    Como diz o Edgard, graças a Deus somos loucos.
    Beijos,
    Lau

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  2. eu gosto do cabelo! o problema é aquele né?
    as pessaos são mto bregas!haha

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    eu tambem sou vitima de doidos em geral uhauhauhauhauha

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  4. Poxa Tina, ainda não acostumei só com o texto, estou acostumada com você interpretando.Mas a estória é ótima,e você escreve mtuito bem, sempre escreveu.Muito legal o blog.E como nao sei postar,o anonino sou eu.Bia.Bjs

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  5. kkkkk..Tinoca..relaxa, o que ele queria era ter um cabelo igual!!!kkkk...e sabe Deus q linhas e fios ele tava vendo dpois do vigesimo quinto copo??kkkk....bjao! Lisinha

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