segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ensaiando o show Bambusical

Voltar ao blog...pensava isso e ia fazer outra coisa, será que nunca mais vou postar nada nesse blog? me perguntei várias vezes. Conversando com amigos que também são blogueiros, descobri que é assim mesmo, a gente uma hora desanima... mas passa, enfim, estamos aqui novamente a falar coisinhas da vida... que bom!
Durante os ensaios para o show "Bambusical" idealizado por Gilda Montans e Meire-Mary Genaro, fiz algumas fotos das "meninas trabalhando" e como resultado saiu um clipizinho que muito me animou na experiência de praticar um programa novo de edição.
Passamos horas deliciosas "trabalhando" e trocando experiências, o show Bambusical aconteceu no Sesc-Ribeirão no dia 23 de setembro e foi uma honra ter participado. Também ficar perto de Deva Mille, suas filhas e do Carlito foi um grande prazer.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

IV JORNADA EM DIVERSIDADE SEXUAL



Só o Lau mesmo pra montar um convitinho assim, tão lindim.... Obrigada Lau!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

LANÇAMENTO EM GOIÁS - UM SR. LIVRO


Como parte das comemorações do Festival Cora Viva Coralina em Goiás, aconteceu no “mágico” quintal da casa velha da ponte, hoje Museu Casa de Cora Coralina, o lançamento do livro Cora Coralina – Raízes de Aninha de Clóvis Carvalho Britto e Rita Elisa Seda (www.ritaelisaseda.com.br - visita obrigatória)



Foi emocionante estar presente no local e ouvir os autores falarem sobre o desafio ao encarar a biografia de Cora Coralina. E agora terminando de ler o livro, dá pra imaginar o árduo trabalho que os dois encararam. É um livro emocionante e grandioso como a própria vida de Cora Coralina. Um livro imprescindível a quem deseja conhecer a Mulher Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas emoldurada em Cora Coralina. Parabéns!
Em sua dedicatória a mim, Rita Elisa escreve: Querida Tina seu amor por Cora deve irradiar a humildade de amar!
Encarei como uma lição de casa. Tenho dito.

A CIDADÃ CORA CORALINA



O jornal O Estado de São Paulo de 3 de outubro de 1921 publicou um artigo intitulado “Idéias e comemorações” de autoria de Cora Coralina.
No artigo, Cora Coralina sugeriu a exibição de filmes de curta metragem que deveriam ser exibidos em todos os cinemas do país, retratando a cultura, paisagem, costumes e a arte de cada estado brasileiro.
Hoje, passados 81 anos de sua publicação, a sugestão demonstra, mais do que nunca, uma lição de cidadania e visão avançada focada em seu país.
E “antes que o tempo passe tudo a raso” transcrevo parte da crônica como comprovação da amplidão do pensamento de Cora Coralina.
“E viria em primeiro plano S.Paulo com o esplendor dos seus cafezais compactos, em todas as fases do plantio, cultura, florescência, colheita, exportação, enriquecendo direta e indiretamente o país, o estado e o município, o fazendeiro e o colono. As suas indústrias prosperam, suas cidades de cinco anos já aparelhadas e feitas para a vida de cidades grandes. Depois Minas com seu industrialismo de laticínios, seus rebanhos médio e suas velhas tradições históricas. Bahia com sua cultura de cacaueiros, toneladas de expçortação (...) Paraná com sua erva mate, suas madeiras de lei e sua seiva maravilhosa. Rio Grande do Sul com as charqueadas, suas indústrias adiantadas (...) e o interessante gaúcho de poncho amplo e chapéu largo. Pernambuco e Alagoas com suas grandes usinas açucareiras. O Amazonas com sua borracha, dando-nos curiosos e inéditos aspectos da vida dos seringais. Mato Grosso com sua ferocidade de terras virgens, abertas, a remunerar todas as iniciativas do homem, seja criando, seja plantando. E Goyaz, o olvidado, o desconhecido Goyaz, perdido e isolado no centro do Brasil, mais ignorado dos próprios brasileiros do que todos os outros Estados da Confederação, relegado sempre na distribuição dos favores oficias, vivendo vida inteiramente à parte progredindo mais pelo instinto natural das coisas do que pelo consenso dos governos que desconhecem impatrioticamente as possibilidades econômicas do Brasil Central” (CORALINA, Cora. Idéias e Comemorações, jornal O estado de São Paulo, 3 out. 1921. Acervo do Museu Casa de Cora Coralina.)

Hoje a visão de cada Estado brasileiro não seria a mesma, mas com certeza, se seu pedido tivesse sido atendido, o Brasil de hoje não seria como é.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

TINA COLHENDO FRUTOS...

Em comemoração aos 120 anos de nascimento da poetisa Cora Coralina e 20 anos de criação do Museu que leva o seu nome, acontecerá de 19 a 23 de agosto o Festival Cora Viva Coralina em Goiás Velho – GO.
A programação contará com a participação de Tina Oliveira de Ribeirão Preto, que foi convidada pelas coordenadoras do Museu Casa Cora Coralina, para apresentar no Teatro São Joaquim o espetáculo “O Prato Azul Pombinho” – que foi realizado na IX Feira do Livro de Ribeirão Preto.
Para ver a programação completa acesse www.casadecoracoralina.com.br em notícias

(Fotos do espetáculo por Reinaldo Romero)

ADOREI!!!!!!

Lau Baptista é o responsável por essa brincadeira bacana!!!!! Valeu Lauzito!!!



Com direito a banner e tudo heheheh.

terça-feira, 28 de julho de 2009


"Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu..." É esse, um sentimento universal que abate qualquer um, assim como um vírus, e o que fazemos para neutralizá-lo fica por conta de cada um. Uns choram e gritam e se revoltam, outros procuram ajuda de amigos, profissionais, outros ainda, como eu, se fecham numa concha esperando que o próprio vento que a vida sopra venha amenizar e mandar para longe a sensação de impotência diante das emoções que não sabemos explicar. Mas... o dia nasce e tudo se refaz de alguma forma diferente do que foi ontem... Ainda bem! Portanto, não parti e nem morri, apenas vi o dia nascer de novo e isso me fortaleceu.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

CRIANÇAS RECITANDO PAULO LEMINSKI !!!!!

Coordenei, há um tempo atrás, uma oficina para contadores de história através da Oficina Cultural Cândido Portinari, teve como público alvo pessoas que se interessassem por essa arte, aqui em Ribeirão. Foi uma oficina heterogênea. Havia psicólogos, professores, contadores de história, professores de pré-escola, sendo essa última categoria a mais numerosa. No último dia da oficina, duas alunas, Aline e Lilian (CEI Aurélio Pacagnella) me entregaram um vídeo produzido com seus alunos da pré-escola, tendo como base um tópico da minha aula: Poesia e crianças. Usei um poema de Paulo Leminski A LUA NO CINEMA, para sugerir algumas técnicas bacanas que poderiam ser trabalhadas com crianças. E qual não foi minha surpresa quando assistimos ao vídeo:
Na frase final do poema, a lua tristinha diz: Amanheça, por favor!!!!!!!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SAUDADE DA MINHA MÃE...

Ela olhava o mar
E pensava em nós...
Pra ela era: nós e o mar

EU TENHO ALMA...

Conversa vai...conversa vem..., e pelo telefone mesmo, ela diz: fiz um poeminha agora, posso ler? e Ele, o poema, tem tudo a ver com o nosso papo descontraído e revelador. Tem hora que a mulher não gosta mais de partilhar "joguinhos de amor" para demonstrar seu interesse pelo homem. Há um tempo em que os joguinhos são a solução, quando somos adolescentes por exemplo, mas... o tempo passa e entendemos que o bom mesmo é ser sincero e dizer o que queremos dizer:

Uma pérola
pequena
nada fosca
em fio acetinado
em meu pescoço
acolhida,
reflete
teus cabelos
em meus seios pousados.
Fica comigo, eu digo.
Bebe em minhas taças,
seja meu amigo/amante.
Janta-me
não te esqueças, porém
de que tenho alma.
(poema de Mariza Ruiz)

DOS NOSSOS MALES


A nós nos bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenina.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais...
Mário Quintana

terça-feira, 14 de julho de 2009

PARABÉNS A VOCÊ NESSA DATA, QUERIDA!

Querida, já há algum tempo não estás mais entre nós materialmente, isso significa que espiritualmente estamos todos com você em nós, com sua alegria de viver, com sua risada contagiante, com suas mãos delicadas para afagar-nos, com seu gosto singular diante das coisas belas e simples da vida, e muito mais coisas que cada um de nós, que teve o privilégio de compartilhar contigo a vida, descobrimos a cada dia que passa... que você está viva, viva como sempre esteve e assim será por toda a eternidade!
Meu carinho e amor estarão sempre iluminados pelos seus raios... Viva! Viva! 15 de julho de 2009.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

CINEMA: A MULHER INVISÍVEL


Claudio Torres dirigiu entre outros, O Redentor, filme que assisti e que fiquei com a sensação de que a ficção é uma das maneiras de fazer com que a gente reflita sobre nossas próprias “ficções”. No novo filme o diretor retoma o tema ampliando o seu sentido, dessa vez o protagonista, abandonado da pior forma por sua esposa, arruma uma maneira de se defender e se safar do infortúnio, busca na imaginação o remédio para seu mal. Cria assim, a mulher que ele sempre sonhou ter... e ela chega do modo mais simples: a vizinha, batendo à sua porta e pedindo uma xícara de açúcar emprestada, um detalhe: ela é invisível aos olhos alheios. Tendo isso como mote, o diretor constrói o seu recado. Saí do cinema rindo... a viagem é interessante, encontramos a irmã amiga, conselheira; o patrão , a amante, o amigo, enfim pessoas que nos remetem às nossas próprias relações afetivas quando em situações que necessitamos de um ombro. Também nos colocamos em xeque com relação às nossas fantasias..., principalmente às nossas fantasias em relação à escolha da pessoa amada. Agora pergunto: idealizar a pessoa amada é uma fantasia ou a fantasia já vem imbricada em nossa escolha amorosa?

sábado, 4 de julho de 2009

CASA DE CORA CORALINA NO ALUMIAR

O texto a seguir foi escrito pelo Alumiar através de Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz, poeta, terapeuta floral e tantas outras "cositas más"... Só quem tem olhos doces como você é capaz de ver e escrever com tanta poesia em cima da própria poesia ... Obrigada!
Visite o site do jornal Alumiar: www.alumiar.com, para ler mais textos de Mariza.

Cora Coralina


O que é que a casa da Cora Coralina faz em Ribeirão Preto, na Praça XV? Veio talvez pelos ares a imitar cena do Mágico de Oz e foi depositada ali, por onde todos passam, em movimentada Feira do Livro? Certamente não amassou bruxa nenhuma.
Pousou para trazer em espírito Ana Lins dos Guimarães Peixoto – a Cora Coralina –, poeta, escritora, doceira e mulher de extrema bravura e coragem. Pousou para trazer em carne e osso, Tina de Oliveira, artista, cantora e contadora de estórias, representando com alma e gosto a Patrona da Feira.

A casa abre suas portas e as pessoas entram. As crianças sentam-se na frente, no chão. O espaço lota-se. Eu me sento na turma do gargarejo e aguardo. Virá como Cora a atriz? Virá transformada de que forma?
Como se inundou desta vez do personagem? Nas paredes vejo as imagens que reproduzem o universo da poeta goiana. São grafites incríveis: ali estão fogão, poltrona preferida... Começo a sentir que estou realmente perto de Cora. Tina Oliveira entra. Não é Cora. Seus movimentos são ágeis e seu falar, também. É Tina no entanto seu vestido é de molde antigo, com gola bordada. Ela canta música do passado, a modinha “Fechei na mão um sorriso” que certamente foi ouvida por Ana/Cora. A letra fala de amor e de ser infeliz. É Cora. Ela tem na mão um desenho de lábios coloridos, esboçando sorriso que faz a alegria e o fascínio das crianças que assistem. É Tina.

Ela conta estória da antiga China, em que dois jovens se apaixonam, a jovem filha do mais rico Mandarim, o jovem um filho de ninguém. Fala da dificuldade de ficarem juntos, dos percalços, da fuga para lugar longínquo. O retorno, o pai que perdoa, o felizes para sempre. Como sempre suas mãos gesticulam configurando as cenas, os sons onomatopaicos enchem nossos ouvidos. É Tina. Ela incita as crianças a participarem e como sempre são elas que entendem tudo e que respondem a contento com propriedade e muito coração.

Ela conta estória da escrava judiada por tenebrosa senhora. Obrigada a dormir no chão perto da tirana, a menina tinha de levantar quantas vezes fosse chamada e não dormia direito. Um dia porque quebrara louça da senhora foi obrigada a andar com um colar de cacos da louça quebrada e uma noite um dos cacos se lhe enterrou no pescoço e a menina morreu por conta da maldade de sua algoz. As crianças arregalam os olhinhos e ficam impressionadas. É Tina.

Então Tina fala de Cora. Das estórias que ela ouvia. Da estória do Prato Azul Pombinho, que expressa em forma de poesia, contando a estória do Mandarim que ela ouvira de sua avó, contando que ao quebrar o prato, ela recebera um castigo similar ao da escrava. Agora está tudo claro, mas percebo que esteve desde o princípio. Não há Tina e não há Cora. Há Cora e Tina todo tempo. Tina inundada de Cora.

Realmente a casa foi pousada como no Mágico de Oz e veio com ela a poeta Cora Coralina. Ela ficou lá esperando por Tina Oliveira, certamente saiu muitas vezes para encontrar-se com ela, talvez em sonhos, nesses espaços onde a fantasia é possível.

Agora na tela está Cora Coralina. Seu rosto se estampa bom e lindo. A lindeza vem de um lugar especial, delicado e ao mesmo tempo forte. Não passa por padrões estéticos, ultrapassa-os assim como ultrapassa a idade. Ficamos ali, transidos, a ouvi-la falar de sua vida, da importância da poesia. “Até mesmo do lixo se faz poesia, ela diz” “Eu não tenho nada, mas nada me falta”. Mais uma vez Tina escolheu o que nos toca o coração. Ninguém vai se esquecer de Cora Coralina, nem de Tina Oliveira. Elas penetraram em nós via lado esquerdo do peito, singelamente, como nos versos abaixo, que terminam o espetáculo.

Chorei sozinha minhas mágoas de criança.
Depois, me acostumei com aquilo.
No fim, até brincava com o caco pendurado.
E foi assim que guardei
no armarinho da memória, bem guardado,
e posso contar aos meus leitores,
direitinho,
a estória, tão singela,
do prato azul-pombinho.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

HISTÓRIAS LEGAIS NO BEQUINHO DE CORA

Terminou a Feira do Livro. Conseguimos completar 50 apresentações no “Bequinho de Cora Coralina”. Essas 50 apresentações foram divididas em duas: um mix com duração de 30 minutos, para arrebanhar crianças que estavam ociosas e o espetáculo todo com duração de 50 minutos para o público em geral. Muitas histórias bacanas aconteceram com a platéia infantil.

Na história da Princesinha Lui e o plebeu, o velho mandarim, pai da princesa, pede aos soldados que coloquem fogo no quiosque e tragam os corpos tostados para ele ver, mas os soldados não encontram os corpos e o mandarim olha para o mar e vê um barco com quatro bracinhos acenando alegremente. Eu pergunto para a platéia: Quem são esses bracinhos? Um garotinho (uns 5 anos) grita:
- Os corpos.
Foi uma risada só, com direito a aplausos para o garotinho, que cá entre nós mereceu.

O mix do espetáculo tinha outro formato, especial para crianças da pré-escola, na abertura faço uma dinâmica com minha caixa de histórias, e tiro de dentro o livro da Cora Coralina e peço que eles escolham qual das duas histórias devo contar: uma com final feliz e a outra uma história muito triste. Em todas as sessões foi unânime a escolha pela história muito triste. Achei esse dado interessante. Será que a identificação com a tristeza é mais forte do que com o final feliz? Eles já sabem que na vida nem tudo é final feliz?

Na história da escravinha Jesuininha, o momento crucial e mais triste é quando o caco fura a veia do pescoço dela, todo o sangue de seu corpo se esvai por esse buraquinho, durante toda a noite.
Nesse momento, dois irmãozinhos sentadinhos juntos. O menino olha pra cara da menina e diz: Nossa! Que cara! Ela olha pra ele, junta as mãozinhas fazendo um colar com as mãos e diz: Era CACO DE VIDRO com a carinha mais triste do mundo. Riso geral da platéia.

Aquela 5ª. Série da professora Marisa:
Uma classe de 5a. série, professora bacana, perderam a hora no Planetário, não tinham onde ir, entraram no Bequinho. Foi a coisa mais linda que eu já vi. No final, depois de tudo explicado, todos lemos juntos a última estrofe do poema O Prato Azul-Pombinho. A classe toda lendo devagar por não ter fluência dominou o auditório e todos (os adultos) leram naquele andamento. Logo depois da leitura, sem intervalo nenhum, as luzes se apagam e eu entro cantando Amo-te muito, não dei conta e chorei cantando a música. Não me lembro de ter passado uma experiência dessa antes. Nem dessa: na fila dos abraços, várias crianças me abraçaram chorando... Aí choramos e rimos juntos. Foi incrível. Uma compensação assim, apaga qualquer dor no coração da gente.

Numa das apresentações comecei a contar a história da Jesuininha explicando sobre a Dona Jesuína, um pouco diferente das outras vezes, uma garotinha, assistindo o espetáculo pela segunda vez, cutuca o Rodrigo (que estava cuidando do vídeo) e diz assim:
- Ela mudou essa parte!!!!!!

O dia 24 (quarta-feira) foi o mais difícil. Entra uma turma de adolescentes absortos, com pensamentos distantes, menina fazendo trancinhas no cabelo da outra durante o espetáculo, outros mexendo no celular (mesmo desligado), olhares de desdém para mim, enfim crianças que não são acostumadas a ouvir histórias, pois requer atenção. Sofri demais. Na apresentação da noite, uma senhora sentada na primeira fila (Dona Estela) muito carente de "ouvidos", falava MUITO alto comigo, interrompendo o meu raciocínio, durante toda a apresentação. Foi muito difícil. Pessoas saíram, outra chegou a sentar-se ao lado dela e dizer-lhe baixinho: "ela precisa se concentrar, quando terminar a senhora conversa com ela". A Dona Estela muito "senhora de si" diz em alto e bom tom: MAS EU SÓ ESTOU AJUDANDO ELA. Agora, escrevendo aqui, acho engraçado... Mas na hora foi muito difícil. No final, na fila dos abraços, ela falou baixo pra mim: "Você me perdoa?" - E eu calmamente respondi: "Dona Estela a senhora não precisa de perdão, a senhora pode tudo". Estou salva, pensei!
Os monitores do stand da Vivo, ali coladinho à Casa da Cora, foram assistindo, geralmente dois por vez. E três assistiram essa sessão da Dona Estela. Então, passamos a ter um código ali no meu pedaço, quando eles me viam por ali diziam: Olha que chamo a dona Estela hein!!!!! heheheheh

O César, monitor de som do espetáculo, ainda não havia assistido o Mix. Quando eu tento abrir a caixinha, que é “sistemática”, e ela não abre eu começo a sofrer dizendo que se ela não abrir não conseguirei contar a história e tal... Nessa primeira sessão do César, eu perguntei a ele alto:
- César, você colou a caixinha?
Ele mais que depressa, “para me salvar” diz:
- Sim, colei.
Tive que arrumar um jeito de dizer que a caixinha não aceitava cola de outra pessoa que não fosse eu...
O improviso na contação de história às vezes, coloca a gente em apuros.

EMPRESA SUSTENTÁVEL

segunda-feira, 29 de junho de 2009

OS PRIMEIROS FRUTOS...

No sábado, dia 27, foi uma imensa alegria ter como espectadoras as duas mulheres que dirigem o Museu Casa de Cora Coralina em Goiás: Marlene Gomes e Maria Eugênia. Ao final do espetáculo Marlene pede a palavra. Fiquei muito emocionada pela surpresa, não sabia que elas estavam na platéia, e principalmente pelas boas palavras.
No domingo logo cedinho, voltaram e formalizaram um convite que foi o primeiro fruto que colhi com esse projeto: Realizar em 19 de agosto, na cidade de Cora Coralina em Goiás o espetáculo "Bequinho de Cora", por ocasião da comemoração do Dia do Vizinho, dia idealizado por Cora e instituído pela prefeitura. Como recusar um pedido desses? Goiás me aguarde...

OS GRAFITEIROS


Esses garotos são os responsáveis pelo visual interior da casa, grafitado com carinho.
Crew Cult - Produções Artísticas e Culturais - Grewcult@gmail.com -
Elieser tel. 16- 8807 8206

quarta-feira, 17 de junho de 2009

CONTAGEM REGRESSIVA PARA A FEIRA DO LIVRO...


Esta filipeta vai ser entregue às crianças ao final da contação de histórias. Levarão pra casa um pouco de Cora Coralina.
Idealizado por mim com carinho. A criação foi do Lau, com uma prontidão incrível.

A CASA DE CORA CORALINA EM GOIÁS

Não resisti a esta foto. Ela é a capa do livro Itinerário - Cora Coralina. de Elder Rocha Lilma e fotos de Marcelo Feijó.

domingo, 14 de junho de 2009

TINA E CORA CORALINA


RESSALVA

Este livro foi escrito
por uma mulher que no tarde da Vida
recria e poetiza sua própria
Vida.

Este livro
foi escrito por uma mulher
que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando flores.

Este livro:
Versos... Não
Poesia... Não.
Um modo diferente de contar velhas estórias.
(do livro: "Poemas dos becos de Goiás e outras estórias mais")

Croqui do stand "Casa de Cora Coralina" - por Carlos Chuva

Esse é o espaço que o arquiteto Carlos Chuva desenhou para ser o "Bequinho de Cora" na IX Feira do Livro, lugar que será meu "bequinho" também, pois durante os 10 dias estarei trabalhando com crianças de 11 a 14 anos, levando um pouco do carinho com que Cora escreveu para os jovens...
Muitas coisas tem me inspirado para a montagem do espetáculo, os versos de Cora me guiam... "UM MODO DIFERENTE DE CONTAR VELHAS ESTÓRIAS", é exatamente isso que estou procurando fazer. Tomara que eu consiga!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

OS AMIGOS VÃO...


Hoje o dia amanheceu claro e de repente escureceu, choveu e esfriou, passados alguns minutos dessa fina chuva, o sol deu sua graça. Agora 14h começou escurecer novamente.
Dois velórios na parte da manhã. Fato que faz minhas reflexões aumentarem diante desses mistérios que é a morte, e a vida. Sinto-me bem pensando sobre isso, hoje.
Dona Aparecida, 96 anos, minha vizinha de cima, me conhecia desde que eu tinha 5 anos de idade. Uma senhorinha pra tirar o chapéu. Lúcida, boa, meiga e toda vez que me via perguntava: e aí Cristina, a vida está boa? está trabalhando com o que gosta? Olhando-a no caixão, rosto manso, descansado! senti-me feliz em poder estar ali dando o último adeus.
Outro velório. Amigo de velhos tempos, Eurico Rezende, artista-escultor e professor. Eurico tinha as mãos boas para as esculturas. Sempre tivemos uma relação de amizade serena, quando nos encontrávamos era muito bom. Também estava bonito e tranquilo.
Tão novo o Eurico e já cumpriu sua sina, me emociono.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O AVÔ DO DANIEL MUNDURUKU



Só existem duas coisas importantes para saber na vida:

1.Nunca se preocupe com coisas pequenas;

2.Todas as coisas são pequenas...


Um velho indígena da tribo munduruku conta que o rio ensina a paciência e perseverança. Paciência de seguir o próprio caminho de forma constante sem nunca apressar seu curso; perseverança para ultrapassar todos os obstáculos que surgirem no caminho. Ele sabe aonde quer chegar e sabe que vai chegar, não importa o que tenha de fazer para isso. Ele sabe que o destino dele é unir-se ao grande rio Tapajós, dono de todos os rios. Temos de ser como o rio, meu neto. Temos de ter paciência e coragem. Caminhar lentamente, mas sem parar. Temos de acreditar que somos parte deste rio e que nossa vida vai se juntar a ele quando já tivermos partido dessa vida. Temos de acreditar que somos apenas um fio na grande teia da vida, mas um fio importante, sem o qual a teia desmorona. Quando você estiver pensamentos ruins, venha para cá ouvir o rio.

Os pássaros são porta-vozes da mãe-natureza. Eles sempre nos contam algo. Do futuro ou do presente. O canto do pássaro pode ser um pedido para que você aja com o coração. Sonhar com um pássaro significa que uma presença ancestral está mostrando sua força. Há visitas aladas que trazem bons augúrios e há as que trazem agouros. Preste atenção, toda vez que for tomar uma decisão importante, um ser alado aparecerá.

Só existem duas coisas importantes para saber na vida:
1. Nunca se preocupe com coisas pequenas;
2. Todas as coisas são pequenas...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

COMO SÃO BONS OS AMIGOS!


Bom jeito de acabar um domingo agitadado. E esse, como foi!!!
Sentei-me no sofá. Quentinha. Play. A sala recebeu a Luz Azul.
SHOW: "Elas cantam Roberto"
O REI ROBERTO CARLOS, SEUS SÚDITOS E SUAS DIVAS teve momentos explêndidos.
Não ouvi MARIA BETANIA. Ela não foi? Fez falta, e muita!
Ivete Sangalo começou e começou bem.
E a Wanderléa??? Que coisa! voltei para meu tempo de adolescente! Na sala da minha mãe, a pipoca recendente, lá fora a tarde clara, eu novinha, de longos cabelos esperando o programa começar em preto-e-branco, hoje colorido!!!
O Cleido me mandou outro dia, a música My funny Valentine gravada com a Wanderléa . Ainda bem, estava bem preparada para ouvi-la, hoje. E gostei demais!
A 140km/hora, peguei carona com a simplesmente Marília Maravilhosa Pera. Uau!!! Ela foi demais, você podia sentir o vento aumentar e entrar pela janela do "carango", enquanto o velocímetro subia... 120km...130km...140km... 160km. Ela é uma artista que emociona sua platéia. Eu fiquei muiiito emocionada ouvindo aquela mulher cantar daquele jeito, enlouquecida! Maravilhoso!
Ouvir Nana Caimmy em Não se esqueça de mim, do Rei, foi uma emoção indescritível. Que recado bem dado. Que força. Que beleza!
Fernanda Abreu em "Todos estão surdos" pede calmamente: "Paz na terra aos homens de boa vontade", boa escolha.
Quem assistiu sabe do que estou falando e quem não viu, veja ou melhor ouça!!
Tem amiga que dá pra gente, de presente, umas coisas boas dessas! Outras dão, simplesmente palavras, que são Tudo. Salve os amigos!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

TARZAN CONTEMPORÂNEO...

QUE FRIO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Quando chega o inverno aqui em Ribeirão, é certo, que não chega inteiro vem aos poucos, dois dias aqui, um dia ali outro acolá de frio verdadeiro, mas quando esfria pra valer, acontece exatamente isso que o cartoon do Fernando Gonzales retrata...

ELE FAZ ASSIM E FICA ASSADO...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ESPELHO - OS OLHOS DA ALMA


Uma noite dessas tomei um bom banho, abasteci minha pele com óleo bom, lavei os cabelos, passei todos os produtos que garantem um modelito “maravilhoso”, enfim, fiz tudo que uma mulher faz para ficar bonita. Bonita para ela, seja bem dito. Fim da arrumação “fiquei linda”. Desci no elevador confirmando a formosura, naquele que não mente – o espelho –. Aprovada. Atravessei a rua. Do lado de lá, estavam os rapazes-moto-taxi do pedaço. Naquela noite, estavam sentados em suas cadeiras observando o movimento da rua. Havia somente uns quatro, a metade deles. Ainda bem! Dei tiauzinho, como sempre faço e já fui colocando a mão dentro da bolsa, antecipando a busca de moedas, olhando para o andarilho que a mim se dirigia. Andava um pouco cambaleando, descabelado e sujo, mas nada que assustasse. Enquanto eu procurava as moedas ele disse em alto e bom tom, pra mim:
- Posso falar?
- Como? – respondi sem entender.
- To perguntado se posso falar uma coisa.
- Claro, fale.
- É o seu cabelo. O seu cabelo é HORRÍVEL! – Disse, riu, mas não parou:
- É o cabelo mais feio que eu já vi na vida. Desculpe dona hehehe!
Eu assustei com tamanha sinceridade. Rezava em vão, para que passasse um ônibus bem barulhento naquele momento e os motoqueiros não ouvissem. Mas, foi a conta de pensar e ouvir perfeitamente as altas risadas vindas do outro lado da rua. E o bêbado, vendo que estava fazendo sucesso, continuou:
- Não é possível! Você tem esse cabelo porque quer?
- É porque quero mesmo. - Respondi um pouco séria.
- Não acredito. Você não pode achar bonito esse cabelo, acha? Fala sério.
- Não sei se é bonito, é o cabelo que quero ter. - Respondi já sorrindo, pra não chorar, é claro!
- Você olha no espelho e gosta?
- Gosto!
- Seu espelho é um mentiroso, ele te engana, não dá pra gostar desse cabelo, não dá dona!
- Pra você é feio, tem gente que gosta! – Respondi já rindo.
- Não, não, não, não, não. Todo mundo mente pra você! Eu to falando a verdade, é horrível, pode acreditar!
Eu estava paralisada, desistira de procurar moedas, agora o que eu queria encontrar no fundo da bolsa, era um 38. Carregado. "Violência não, Tina." - Pensei.
E ele não parou:
- Moça, um conselho: arruma esse cabelo, põe uma cor normal. Assim não dá. Moça promete que vai mudar isso.
Eu caí na risada e prometi.
A rua Lafaiette naquele momento “era uma risada só”.
Em tempo: Não dei um tostão pra ele.
E olha que eu nem estava usando essa peruca...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

AS DORES DE DOLORES



O show As Dores de Dolores foi no Villa Lobos Piano's bar no ano passado. Foi uma singela homenagem àquela que foi uma cantora da noite, uma mulher que gostava de flores, desenho de moda, de rir com Antonio Maria e os amigos noturnos, e mais que tudo gostava do amor, mesmo sofrido. Falar sobre Dolores Duran deixa o cotovelo da gente ardendo, cantar Dolores Duran deixa o coração da gente molinho... molinho... Vai aqui um vídeo que o Fe Souza fez. O Edu (no violão) e o Giba do pandeiro (no próprio)estiveram comigo no palco e o Lau esteve comigo durante todo o processo com aqueles ombros grandes que ele tem, haja cabeça pra encostar... e o Tupy deixou o vídeo pronto pra postar. Amigos são nossa grande fortuna, viva!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

MUITO PRAZER, CHIQUINHA CLIPPER!



Uma noite, levantei-me para ir ao banheiro e meio dormindo meio acordada, olhei pra sala através do corredor e vi um vulto em pé olhando diretamente para mim. Entrei no banheiro voando, assustada e após um suspiro de recomposição, fui olhando lentamente, primeiro um olho depois o outro, para me certificar se a miragem ainda estava ali. E não é que vi novamente a pessoa olhando pra mim! Aos pulos meu coração e eu nos escondemos. Refiz a cena algumas vezes e a cada olhada a imagem parecia mais viva, fui ficando cada vez mais apavorada. A pessoa continuava lá, paradinha, olhando para mim. Até a vontade de ir ao banheiro passou. Só tinha um pensamento: como essa pessoa entrou aqui em casa??? Como???. Resolvi enfim, enfrentar o problema de frente: saí do banheiro e fui caminhando lentamente em sua direção. De repente, tive um ataque de riso na madrugada silenciosa.
Uns três dias antes do ocorrido, tinha ganhado da Cidú, um presente maravilhoso, pra mim que não tenho filhos: uma filha de mentirinha. Já veio batizada: Chiquinha. Era um manequim de uma menina. Trazê-la para minha casa na garupa da moto, já tinha sido uma experiência e tanto, imaginem uma motoqueira com uma menina estranha na garupa da moto, angariei muitos olhares espantados e risonhos no trajeto.
A menina precisava de um sobrenome,lembrei-me dos manequins da antiga Clipper(uma das primeiras lojas de departamento de Ribeirão, que ficava ali onde hoje é a Associação Comercial). Pronto, nascia assim CHIQUINHA CLIPPER, minha companheira e chamariz para as crianças que vão em casa. Os trigêmeos, filhos do Cleido e da Claudia, por exemplo, chegam em casa vão até ela e dizem: "Oi Chiquinha!" e nem questionam o porquê do silêncio da menina!
Vai aí uma foto da Chiquinha Clipper com a Serena, minha sobrinha de carne e osso, num momento carinhoso.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

TINA NA IX FEIRA DO LIVRO

Estou começando as "viagens" para participar na Feira do Livro. Nesse ano estou envolvida com a nossa poeta homenageada CORA CORALINA. Sua vida e seus poemas já começaram a fazer parte de mim...
Estamos tão acostumados com as imagens que vemos de Cora, que é quase impossível pensar nela antes daqueles cabelinhos brancos e o rostinho envelhecido. Pois vai aí uma foto em que ela ainda era Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas. Somente aos 50 anos ela se rebatizou, escolheu por vontade própria, depois de tanto procurar, Cora Coralina. Precisava de um novo nome para SER. E assim foi!
(fotos do arquivo iconográfico de Cora Coralina)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

PENSANDO EM DAVID HUME

"Não é porque as coisas sempre aconteceram no passado que irão sempre acontecer no futuro."


David Hume (1711-1776) - "o filósofo da natureza humana"

BORDADOS TÃO LINDOS...

Foi em Mauá, na casa da minha “cumade” Lili que conheci o livro dos bordados! Que delícia para os olhos. Fiquei encantada e tirei muitas fotos do livro. Bordar deve ser muito bom, um dia ainda vou arriscar...
O grupo Matizes Dumont é formado por seis artistas da mesma família de Pirapora (MG): a mãe, Antônia Zulma Diniz Dumont, e cinco filhos, Ângela, Marilu, Martha, Sávia e Demóstenes. Para bordar as histórias, os artistas apostaram em técnicas antigas para retratar o cotidiano e os sentimentos, recriando a diversidade cromática da pintura, a partir da observação da natureza. Os bordados são baseados nos desenhos do artista Demóstenes Dumont Vargas e a partir deles as telas são criadas com linhas de cores fortes e texturas variadas. Depois de prontas, são fotografadas e viram ilustrações de livros.
Para saber mais: www.matizesbordadosdumont.com

terça-feira, 26 de maio de 2009

OS SAPATOS FALAM POR SI...

Certa manhã,um homem apertou a campainha de sua casa. Era um andarilho. Ela olhando desconfiada entre as grades do portão, perguntou o que ele queria, ele disse que gostaria de trocar, o que tinha no saco plástico escuro, por um sanduíche. Ela ficou curiosa e foi ver o que era. Quando viu o conteúdo, segundo ela mesma, pensou: "Nossa, isso é a cara da Tina". Não teve dúvidas, fez a barganha. Ligou-me dizendo que tinha um presente pra mim e que eu fosse buscar, urgente, pois estava louca pra saborear minha cara abrindo o pacote. Voei até lá. Não sei se vocês imaginam o que é uma contadora de histórias ganhar de presente os "VERDADEIROS SAPATOS DA CINDERELA"!!! Quase tive um ataque de alegria!!!! Sempre serei grata por esse presente!
Estreiei os sapatos no show "O Cometa Noel", mas isso é uma outra história...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CONTÍCULOS


Maria José casou com José Maria, que também era de Ituiumbara e também gostava de excursionismo; mas não foram as coincidências que a atraíram: foi uma certa fascinação intelectual. José Maria foi o primeiro homem que Maria José conheceu que usava “outrossim”. Usava errado, mas isto Maria José nunca descobriu, e foram muito felizes.

Todas as Comédias - Luis Fernando Verissimo

GRUPO DE LEITURA DOM QUIXOTE



PARABÉNS!!! Mariza, Graciette, Jael, Dimas e Natacha


domingo, 24 de maio de 2009

RIR É UM SANTO REMÉDIO...

Bom mesmo é rir. Rir acompanhada. Rir sozinha. Rir de noite e de dia. Tudo se ameniza com o riso. Por isso o riso é um bom lenitivo, traz conforto, alívio e consolação.

JOGO EDUCATIVO: ONDE ESTÁ TINA??????



CHUVA DE OVOS





Onze horas da manhã ensolarada de um domingo caminhei em direção à rodoviaria. São Paulo era meu destino. Comprei a passagem para meio dia, pensei que pouca gente pudesse estar viajando nesse horário, mas enganei-me. Quase lotação. Sentei-me no quarto banco – corredor. Ao meu lado uma garota. Meio dia e dez minutos passados e nada do ônibus sair. Quase meia hora de atraso quando entra meio esbaforido um homem com bonitos cabelos grisalhos e óculos escuros modernos, carregando na mão uma sacola branca de plástico duro. Encontrou na segunda fileira o seu lugar. Levanta a sacola e começa guardá-la no porta malas que fica nas laterais do teto do ônibus. Meus olhos levantam-se do livro que estava lendo e fixaram a ação do homem guardando sua sacola quando, num átimo de segundo, de dentro da sacola escorrega uma cartela de ovos caipiras, visto que eram grandes e vermelhos. O homem, desesperado, tenta pegar os ovos que vão se espalhando no ar, no primeiro que ele bate a mão, na tentativa de segurá-lo, o ovo faz uma curva no ar e bate bem no coco do passageiro todo arrumadinho e de cabelos ainda molhados do bom banho tomado antes do embarque. O passageiro levanta uma das mãos na tentativa de livrar-se da futura omelete, mas seu gesto é em vão, o ovo bate em sua cabeça deixando o rastro amarelo forte de ovo caipira escorrer cabeça a baixo. A mão em concha tenta impedir que gema e clara, obedecendo a lei da gravidade, escorram para dentro de seu ouvido.
Enquanto isso o malabarista de ovos dá um outro tapa certeiro na peteca-de-ovo em busca de salvaguardar a outra passageira do perigo. Ela olha extasiada para o ovo voador que insiste em ir para seu lado, levanta a mão mas rapidamente o ombro desnudo da passageira passa a ter uma cor diferente – amarelo manga.
Eu extasiada com a seqüência desses acontecimentos comecei a ser sacudida por dentro por uma forte vontade de rir que foi aumentando e eu já imaginando o que aconteceria quando de minha boca explodisse a risada-característica-de-coisas-que-acho-muiiiiiito-engraçadas. Antecipei o ato tapando minha boca, o que não foi boa idéia, já que o riso sufocado ao encontrar o escape entre os dedos explode de forma pior do que a risada normal. Não suportei e explodi. Ri. Mas ri com tanta vontade que a minha companheira de poltrona e o casal ao lado foram contaminas e começaram a rir também de mim e o riso foi total.
O homem dos ovos caipiras, colocou as mãos na cabeça e olhava o estrago, não conseguia acreditar no que via, balançava a cabeça negativamente e dizia sem parar – “ Não pode ser, não acredito que aconteceu isso comigo”. Quando sentiu que risos pipocavam no ar ele olhou fixamente para mim e disse: “ A senhora vai ter muito que contar para sua vizinha e o senhor aí, já te aconteceu uma dessa? Tenho certeza que não, só comigo poderia acontecer “, essas palavras dele fizeram minha explosão de risos aumentar, e o casal e a moça ao meu lado, todos rimos muito até que com a chegada da faxineira da rodoviária os risos foram se acalmando enquanto ela espreiava um líquido cheiroso no chão e nas poltronas batizadas, limpando o estrago.
Nesse momento começou minha agonia, somente eu não conseguia parar de rir. Em minha cabeça passava somente o filme em câmera lenta, dos braços do homem no ar tentando segurar a chuva de ovos. Comecei a pedir a Deus, pensar em alguma simpatia, rezar, enfim queria que alguma coisa fizesse eu ter pensamentos tristes para parar de rir, isto é, de sacudir na cadeira e enxugar as lágrimas que não paravam de descer de meus olhos risonhos e desesperados. Talvez, neste momento, eu tenha sofrido mais do que o homem-dos-ovos-caipiras. Os músculos do meu estômago começaram a se contorcer e quanto mais eu tentava parar de rir mais a risada saía com tudo. Até seria bom que eu perdesse o fôlego, assim, roxa eu pudesse parar de rir. Quase comecei a chorar de desespero, mas quem iria acreditar que era esse o sentido de meu riso?
Foi então que quando já estava começando a roxear fui voltando a mim sem saber como e o por quê. Mais calma, finquei meus olhos na leitura e com a cabeça baixa, para que nada fizesse a cena voltar à minha mente, fui acalmando... acalmando... até como fiquei: quieta e séria. Pronto acalmei.
Quando tudo já estava tranqüilo dentro do ônibus um telefone toca, era o do homem dos ovos, ele atende e começa a relatar o acontecido para alguém, que do outro lado da linha respondia com voz estridente de mulher palavras incompreensíveis para nós, mas que o homem respondia com “eu sei, eu sei, como pude ser tão idiota e não embrulhar os ovos.
Meu Deus, e agora? Os músculos do meu estômago começaram a se contorcer e eu senti algo chegando, era o riso vindo... vindo... vindo... ovante como nunca. Tina oliveira


RIR PRA NÃO CHORAR

Embaixo do meu prédio tem a livraria do Helder (vende também natura, tapetes, bonecas de pano e outras coisinhas). Um rapaz muito simpático e sorridente. Outro dia conversando ele me contou essa história - Tina, às vezes fico olhando essa moçada que parece saber de muita coisa  e me admiro. Outro dia uma menina do Guimarães Júnior, cursando a oitava sérieisso mesmo oitava sérieveio aqui e perguntou quanto custava a bala, e eu disse R$ 0,05 centavos cada uma, ela pediu cinqüenta centavos, peguei cinco balas e dei a ela. Ela agradeceu e virou as costas. Eu chamei e perguntei se estava certo o números de balas,  ela disse que sim. Dei-lhe mais cinco balas e pedi que fizesse a conta se estava certo ou errado. Ela demorou um pouco e disse – Ah! Sei !?!?! Impressionado continuei pesquisando.Perguntei como chamava  esse sinal: ?  e ela disse ah! Não sei não, sei que é de pergunta. E esse: ! , insisti , ela olhou e riu e respondeu - Piorou. Numa última tentativa  perguntei e esses sinaizinhos ..., ah! Sei não, acho que é resistência... Virou-me as costas e se foi... Depois dessa, quem ficou admirada fui eu. E não é de admirar  mesmo?????